A Gestão do Esporte no Brasil

Muito se questiona a qualidade da gestão do esporte no Brasil. Em várias colunas em jornais e blogs especializados no esporte podemos perceber que há um senso comum de que é preciso profissionalizar e qualificar a gestão nas organizações esportivas brasileiras.

Quando se fala em profissionalização muitos acreditam que basta contratar uma série de especialistas do mercado e inseri-los em uma organização esportiva para que, num passe de mágica, as coisas entrem nos eixos. Essa medida não basta, pois, muito mais do que contratar profissionais, é necessário que a política que impera nas organizações esportivas seja colocada em segundo plano em detrimento da gestão profissional.

Portanto, o primeiro passo para que os gestores do esporte possam definitivamente gerir uma organização esportiva é que eles tenham um clima organizacional em que os interesses e relações políticas não sejam levado em conta nas decisões e rumos de um clube. O presidente estatutário precisa implementar esses conceitos, deixando as vaidades de lado e delegando a gestão para um profissional que tenha autonomia para implementar as estratégias definidas de curto, médio e longo prazo. Dessa forma, com metas claras e mensuráveis, será possível avaliar se o gestor esportivo está atingindo as metas e prazos pré-estabelecidos.

Sem essa visão é impossível de se avaliar com clareza se a organização esportiva está sendo bem gerida ou não. Não é profissionalismo avaliar um gestor apenas baseado nos resultados esportivos, que em muitas vezes acaba mascarando uma má gestão com vitórias nas quadras, campos, pistas de atletismo, ringues e tatames entre outros.

É de extrema importância para todos os que atuam no esporte exigir dos presidentes das organizações esportivas um clima organizacional onde a gestão impere em detrimento da política. Caso os resultados e objetivos não sejam atingidos, medidas corretivas devem ser tomadas, caso contrário, não é devido à mudança na presidência que os gestores corram riscos de serem desligados ou que a estratégia seja alterada por caprichos e interesses pessoais.

O Brasil precisa evoluir na forma de entender a gestão esportiva, pois, caso contrário, continuaremos com a visão do século passado em termos de entender como o esporte está inserido na sociedade. Atualmente o esporte não é apenas uma atividade esportiva, mas sim inserido na indústria do entretenimento, onde, para conseguir resultados positivos e lucrativos, criar um clima organizacional em que o profissionalismo impere é fundamental.

Fonte: INPGE (Instituto Nacional de Pesquisa e Gestão do Esporte)