Guilherme Alves fala sobre vencimentos de setembro não foram pagos e desafia dirigente a demiti-lo: “Se for tão poderoso, me mande embora”

A situação política do Tigrão chegou ao departamento de futebol. Na tarde desta sexta-feira (21), o treinador Guilherme Alves concedeu entrevista coletiva e fez um desabafo. O comandante colorado revelou que há salários e premiação atrasados, e também fez duras críticas ao diretor de patrimônio do clube, Geso Oliveira.

Preparando-se para a reta final da Série B, Guilherme Alves demonstra incômodo com algumas situações no Onésio Brasileiro Alvarenga. A turbulência política, passando inclusive pela renúncia de Gutemberg Veronez à presidência executiva, causou atrasos no pagamento de vencimentos dos atletas, fato que levou o treinador a reclamar publicamente na coletiva de imprensa.

– Não saiu o salário de setembro. Há uma insegurança muito grande a respeito dos jogadores, pois eles precisam pagar as contas. O salário não saiu e não há previsão de saída. Isso compromete um pouco o trabalho da comissão técnica. Eu não recebo enquanto os atletas não receberem. Você tem que tourear um problema todo dia. Tem muitos jogadores aqui que ganham pouco e precisam pagar as contas. A gente vai continuar na mesma toada, fazendo nossa obrigação. Vamos continuar treinando, honrando a camiseta do Vila. Só que eu espero que a diretoria também cumpra seus compromissos. A gente vai viajar para um jogo importante sem receber o bicho do Goiás, que não saiu ainda, e sem o salário de setembro, que está sem previsão de sair”, disse Alves.

Críticas a Geso Oliveira

Outra declaração forte de Guilherme Alves na tarde desta sexta-feira foi direcionada ao diretor de patrimônio do Vila Nova. Geso Oliveira foi duramente criticado pelo treinador, que desafiou o dirigente a demiti-lo nos próximos dias.

– O Geso, me parece, está um pouco preocupado demais comigo e com o Rauli. Eu quero dizer a ele que, se ele quer que nós saíamos do Vila, que ele se candidate à presidência, ganhe a eleição e nos mande embora. Para nós não tem problema nenhum. O Vila segue e nós vamos continuar trabalhando. O meu salário é trabalhado. Os 30 dias que recebe do Vila Nova é trabalhado, não é roubado. Eu trabalho 30 dias para receber. Há uma preocupação muito grande, porque ele pediu para que saíssemos para trazer um amigo dele para ser diretor executivo de futebol ou treinador, não sei. Acho que ele está preocupado demais comigo e com o Rauli. Que ele não se preocupe comigo e com o Rauli. Se ele tiver força o bastante, que me mande embora hoje, amanhã. Se ele for esse cara tão poderoso, me mande embora hoje. Comigo não tem conchavo, não tem absolutamente nada fora do que é combinado”, garante.

Renovação

Pauta frequente nos últimos dias do Vila é a renovação de Guilherme Alves. O acordo estava quase fechado, mas emperrou após a renúncia de Gutemberg Veronez ao executivo colorado. O treinador então descartou renovar seu contrato até que a turbulência política findasse e o novo presidente fosse definido.

Durante a coletiva, Alves confirmou ter tratado com o ex-presidente Sizenando Ferro sobre a questão e explicou todo o imbróglio.

– A respeito do Sizenando, tivemos uma conversa. Ele não vai ser presidente do Vila, mas eu tenho que respeitar a oposição. É minha obrigação. Se a oposição ganhar, eu não acho justo ter o contrato renovado e a multa rescisória, que a não seria baixa. Eu não acho justo que eles herdem uma dívida que não é deles. Eles têm todo o direito de contratar um treinador novo. Só que numa dessas conversas, pelo que ele (Sizenando Ferro) me passou, me parece que a oposição passou para ele que poderia renovar comigo. A partir daí, vamos voltar a conversar sobre renovação. Não vou ser cabo eleitoral de ninguém, nem da situação, nem da oposição”, finalizou Guilherme Alves.