Depois de Série B “mais difícil da história”, edição de 2023 pode apresentar oportunidades

A Série B de 2022 foi apontada por muitos especialistas, torcedores e fãs de futebol como a mais difícil da história. O argumento é forte: no total eram seis campeões brasileiros da divisão principal (Cruzeiro, Vasco, Bahia, Sport, Grêmio, Guarani) e muitos times com boa estrutura, folhas de pagamento altas e torcidas numerosas para encher o estádio.

No fim, o mais previsível aconteceu com o Cruzeiro reformulado sobrando na competição e Grêmio, Bahia e Vasco por grande parte da disputa entre os que vão subir. Mesmo que um deles termine não subindo, o que era previsto basicamente aconteceu. A boa notícia é que para 2023, a situação deve se simplificar.

A Série B sempre é difícil de prever e não à toa, pela primeira vez tivemos os chamados times grandes ficando mais de um ano na segunda divisão. O Cruzeiro ficou três e o Vasco completará o segundo e periga ficar mais um ano. Entretanto, com a criação da Lei da SAF, os aportes financeiros que acontecerão mudarão esses times de patamar.

Ainda não estão definidos os times rebaixados para a Série B de 2023, mas considerando os principais candidatos, não existirá um bicho-papão, o time que entrará com a menor odd disparada em uma casa de respeito como a Betano.

Os apostadores na plataforma da Betano podem ter que esperar os jogos começarem e a bola rolar para entender quais serão os times mais fortes e que comemorarão uma vaga para a elite no fim da competição.

Cenário cada vez mais igual

Se poucos anos atrás um time dos chamados grandes que caía gozava de um direito de transmissão muito maior, além do faturamento elevado por causa de suas torcidas e sócio-torcedores, em anos recentes tudo mudou.

Não só os direitos de transmissão ficaram muito mais equilibrados como os times grandes que caíram ainda tinham que lidar com uma crise financeira fortíssima – algo que os mais modestos, mas organizados times da Série B não sofriam – pressão da torcida, bloqueios judiciais e outras coisas.

Ou seja, o Cruzeiro não se beneficiava em nada de ter uma grande história e títulos recentes porque não só sofria uma pressão incrível como ainda tinha todas as suas fontes de renda bloqueadas. O resultado foram dois anos de campanhas terríveis e a salvação só com a SAF e a chegada de Ronaldo. A SAF também mudou a trajetória do Botafogo, que conseguiu subir mesmo sem a ajuda de John Textor, mas com o americano no comando está menos exposto financeiramente e esportivamente daqui pra frente.

Entre os times que lutam para não cair na Série A não há nenhuma situação como a do Cruzeiro. Os possíveis rebaixados como o Juventude (muito provável), além de Avaí, Atlético-GO, Cuiabá, Coritiba e até o Ceará são times que disputarão em igualdade de condições com outros times da Série B e abrem até a porta para equipes que não estão na elite da Série A poderem sonhar com esse passo.

E o Vila Nova?

O Vila Nova luta apenas pela permanência na segunda divisão nesta temporada, com o treinador Allan Aal abertamente comemorando a proximidade do número mágico dos 41 pontos.

Para subir é preciso mais, muito mais. Sem chegar na elite do Campeonato Brasileiro desde 1985 – quase 40 anos – e ainda vendo Goiás e Atlético-GO conseguindo disputar entre os melhores e conseguir resultados expressivos nas últimas décadas, algo precisa mudar para o Tigre.

O investimento na base sempre é parte da solução e a assinatura de João Henrique, de 17 anos, do seu primeiro contrato profissional após bom desempenho no sub-20, é um excelente sinal.

A conquista de três Séries C, duas delas recentemente – em 2015 e 2020 – foram motivo de grande comemoração. Mas ao ver que vários times conseguiram sair da Série C para a Série A rapidamente e até da Série D para a elite, é preciso pensar no que podemos melhorar. E, claro, ter uma ajudinha dos rivais como pode acontecer em 2023.