Rica Perrone – Minha tese sobre arbitragem no Brasil

(Photo by Buda Mendes/Getty Images)

Primeiro vamos para com esse papo de “só aqui”, blá, blá, blá porque toda porra de campeonato, Copa ou Champions League tem erros grotescos de arbitragem, com diferença de que a mídia não fica em cima disso porque o time do jornalista não foi eliminado.

Todo ano inventa-se uma nova tese. Outro dia era pró-Rio, agora os de SP ganhando é uma campanha pró-SP, e assim vai até que na final da Copa do Brasil dois mineiros se enfrente e digam que, ou foi pró-MG, ou contra tudo e todos.

Fato é que as vezes eles erram mais para um e menos para outros. E na minha cabeça é razoável entender como acontece.

(Sim, eu vou partir do principio que são profissionais honestos)

O futebol brasileiro é completamente politico. Do seu clube ao presidente da CBF, a meritocracia é muito baixa e na falta de estrutura empresarial, a politica move quase tudo. Assim sendo, juízes tem que estar bem com a CBF e para isso devem receber menos pressão dos clubes.

Quando o Corinthians é prejudicado pesa X. Quando o Fluminense é prejudicado, pesa meio X. Logo, toda vez que o juiz tiver uma dúvida entre os dois, ele vai apitar pro Corinthians. Ele, eu, você, qualquer um de nós. Você esta ali defendendo o seu e não uma paixão. Ele quer errar o menos possível. E se for errar, contra quem tiver menos força para pressiona-lo.

“Mas então você esta dizendo que…”

Não! Devagar. Estou tentado explicar onde encontro lógica para a arbitragem pender para lados em determinados momentos. Porque os times do RJ estão reclamando da arbitragem mais que os paulistas? Porque a diretoria toda da CBF hoje é paulista. E não quer dizer que eles digam pro juiz: “Ajude o paulista”. Quer dizer que o arbitro sabe disso e que se influencia psicologicamente.

O arbitro tem dúvidas o tempo todo. Imagine você Grêmio x Chapecoense, um lance na área, aconteceu, você não viu com detalhes, o bandeira não pode ajudar, você tem 1 segundo pra apitar. Você apita pro Grêmio, irmão! Vamos ser honestos com o instinto humano de sobrevivência.

Arbitro nenhum é burro de querer eternizar seu nome como o cara que “roubou” um time de massa.

Não acredito em nada armado até que me provem. E você acreditar e continuar vendo e vibrando com isso, és um tremendo babaca.

Poderíamos ser o primeiro país a profissionalizar a arbitragem num nível acima de confederações e federações, diminuindo a influência politica sobre as decisões e portanto dando mais tranquilidade ao arbitro?

Não. Não podemos.

Porque a base do futebol de qualquer país são os clubes. E se eles são totalmente políticos, sem critérios e baseados no relacionamento para determinar poderes, é impossível que acima deles haja algo que seja diferente disso.

Insisto até o último dia que escrever sobre esportes: Reclame com seu time. Ele pode mudar tudo. A CBF, a Federação, a puta que pariu, são anda sem os clubes. Nunca o contrário.