Fora do G-4, Vila repete melhor campanha; veja sete razões para a perda do acesso

A vitória sobre o Náutico, no último sábado, deixou um gosto amargo no torcedor do Vila Nova. Com 58 pontos, o Tigrão igualou sua melhor campanha na Série B na era dos pontos corridos, obtida em 2008, mas não há motivos para muita comemoração. Assim como há nove anos, o time colorado também deixou o tão sonhado acesso escapar. Na última rodada, já sem chances de voltar ao G-4, a equipe poderá melhorar esta marca se empatar ou vencer o Londrina.

As trajetórias não foram exatamente semelhantes. Em 2008, o elenco era composto por jogadores mais renomados, como Túlio Maravilha, Alex Oliveira, Wando e Heleno, por exemplo. Além disso, saiu do G-4 e deixou o acesso escapar após queda de rendimento incrível nas últimas seis partidas. Depois de ter vencido a Ponte Preta na 32ª rodada, o Vila Nova ficou em quarto, com três pontos de vantagem para o Barueri.

Em 2017, o clube apresentou sinais de fraqueza mais cedo e, embora tenha ficado 21 rodadas no G-4, saiu da zona de classificação há 10 rodadas do fim e não voltou mais, ultrapassado por Ceará e Paraná. Mas por que o Tigrão não teve forças para buscar a vaga na Primeira Divisão? O GloboEsporte.com lista sete motivos que pelo menos ajudam a explicar a queda na tabela de classificação.

1 – Síndrome do empate

Foram 13 ao todo, sendo cinco seguidos no Serra Dourada – contra Brasil de Pelotas, Goiás, Oeste, Santa Cruz e Figueirense. Além de não saltar na tabela de ponto em ponto, o Tigrão passou a levar a pior no número de vitórias, o primeiro critério de desempate. Dos times que lutaram pelo acesso, apenas o Oeste empatou mais vezes que o Vila Nova.

2 – Fracassos contra times do Z-4

A zona de rebaixamento está definida com Luverdense, ABC, Santa Cruz e Náutico. O Vila Nova perdeu pontos para todas estas equipes. Foram dois pontos perdidos para o Luverdense, três para o ABC, três para o Náutico e cinco para o Santa Cruz.

3 – Ataque pouco efetivo

Dos sete times que brigaram pelo acesso, o Vila Nova foi de longe o de pior ataque, com 38 gols marcados. Onze deles foram do meia Alan Mineiro. Entre os atacantes, Alípio balançou as redes sete vezes, mas os números dos demais jogadores de frente são bem ruins. Moisés e Mateus Anderson fizeram dois gols cada. Wallyson, Jenison, Ruan e Marcos Paulo fizeram um gol. Tiago Adan, Marcelinho e Lourency passaram em branco.

4 – Alan Mineiro isolado

Um dos principais alvos das críticas da torcida colorada na reta final do Campeonato Brasileiro, o meia Alan Mineiro apresentou, sim, queda de rendimento. No entanto, o meia nunca fugiu de sua responsabilidade e atuou em 34 dos 37 jogos do time na Série B. Mesmo sem ter a condição física ideal em alguns momentos ao longo da competição, Alan Mineiro nunca teve um substituto. Mesmo assim, colocou diversos companheiros na cara do gol, como Maguinho, que perdeu chance incrível contra o Internacional no Beira-Rio.

5 – Pouca variação tática

O Vila Nova se tornou um time “manjado” ao longo do Campeonato Brasileiro. Mesmo mudando algumas peças e até escalando jogadores de posições diferentes, o técnico Hemerson Maria sempre manteve a mesma estrutura de jogo: sem a bola, duas linhas de quatro jogadores com Alan Mineiro e mais um atacante à frente. Com a bola, dois pontas auxiliando o meia e o atacante escalados.

6 – Queda nos confrontos diretos

Se analisarmos apenas os números, o Vila Nova fez campanha equilibrada contra os principais rivais na disputa pelo acesso. Entretanto, as derrotas aconteceram no segundo turno, quando já se sabia quem eram as equipes que brigariam pelo acesso. Fora de casa, o Tigrão perdeu para América-MG, Ceará e Paraná quando estes eram claramente adversários por uma vaga na Série A. Em casa, empatou contra o Oeste. O melhor resultado foi o empate diante do Internacional, em Porto Alegre.

7 – Falta de sintonia com a torcida

Diretoria e torcida não falaram a mesma língua. Embora a campanha tenha sido positiva e até surpreendente em boa parte da Série B, o Vila Nova não conseguiu atrair o público que esperava nem mesmo no clássico contra o rival Goiás, disputado apenas com torcida colorada no segundo turno. Apenas contra o Oeste, quando houve promoção, o público passou dos 20 mil pagantes.

Fonte: Globoesporte